Aqui nessa cidade onde tudo é tão perto e tudo é tão longe,
Onde tudo é tão lindo e tudo passa tão rápido,
Onde se vê muitos sorrisos e se sente perfume de muitas flores!

... é tão difícil arrumar uma vaga pra estacionar ! :P
Não tem coisa pior que andar no centro dessa cidade .

Você pega seu carro e vai perto da hora do almoço buscar uma coisa no centro.
Já vai se planejando. Morrendo de medo, afinal, balisa é coisa que se pratica só na auto-escola. Nunca mais na sua vida você faz igual ao que te aprovou no Detran, nunca mais!

Fase 1 – Chegando no Centro.
Tentei percorrer o caminho mais rápido. “Rápida sentido Centro”( mais rápido na teoria).
Aproximando-se do destino a “muvuca” se inicia. O que era pra ser rápido e tava até parecendo rápido começa a ficar devagar,quase parando. Vencida a fase da muvuca, inicia-se o processo de procura por uma vaga na rua. Sim, uma vaga na rua, porque é mais barato. Mas aí tem um problema que será explicado na fase 2.

Fase 2 – Procurando uma vaga na rua.
Vaga na rua é mais barato . Mas elas não existem. Quando existem não são específicas pra carros do tipo sedan, nem pra motoristas que só fizeram balisa uma vez na vida. Para as duas coisas juntas, esqueça. Procure um estacionamento . Partimos então pra fase 3.

Fase 3 – Estacionamentos.
Busque um estacionamento mais barato, já que sua vaga na rua por R$ 1,00 é menor que seu carro e pra motoristas qualificadíssimos. Procure um barato e mais próximo possível de onde está a coisa que você foi buscar.
Encontrado o estacionamento barato mas não tão perto!Opa, não há vaga. Você está com o carro em cima da calçada em pleno centro de uma capital, numa das ruas mais movimentadas da cidade e não há vaga no estacionamento barato. Ei ! Olhe a esquerda , há um estacionamento, a hora custa mais caro, mas é ali do lado e tem vaga...mas o carro tá em cima da calçada e você precisa engatar a ré pra ir até o outro estacionamento, entretanto,você não consegue enxergar a rua. Vai na sorte. Ufa ! Consegui estacionar lá sem bater em outro carro.

Fase 4- Andar pelas calçadas
Todo mundo parece estar atrasado. Todo mundo correndo e metade das pessoas falando ao celular, te atropelam, passam por cima de você. Andam desordenadamente chocando-se umas contras as outras. Derrubam sacolas e as laranjas vão descendo pela rua . Alguns sentados, estes mais tranqüilos, dedicam-se a pedir esmolas.
Outros vendem agulheiros, bilhetes de loto, brinquedos barulhentos que assustam a gente.

Fase 5 – Chegando ao lugar pra retirar a coisa.
Localizado o endereço, vai-se em busca do elevador, a coisa está no 5º andar. Tudo certo até que uma senhora vendedora empurra um carrinho gigante de roupas. GIGANTE !
Eu não cabia no elevador com a senhora e o carrinho dela. Esperei o outro. Cabia apenas 4 pessoas no máximo 5 com o meu tamanho. Nunca na minha vida, eu tinha andando num elevador tão pequeno. Consegui retirar a coisa. Hora de voltar pra casa.

Fase 6 – Tentando ir pra casa almoçar.
Agora tá fácil. Corre pelas calçadas de bota salto alto e bico fino, chega no estacionamento joga a coisa no carro e se manda pra casa com a coisa.
Fácil no papel. No caminho de volta que escolhi sem pensar muito tem um viaduto que caiu um pedaço. Bem o pedaço que eu pretendia passar por cima ...
Muita espera. Muita. Muita ... A fome já dominava este corpo. Passei no restaurante comprar uma marmita( também conhecida como quentinha mundo afora ). Estacionei. A mulher não aceita cartão no restaurante. Lá fui eu embora, morrendo de fome e atrasada.

Enfim, gastei R$ 3,00 com o estacionamento, peguei a coisa, não almocei, me atrasei no trampo e agora no final da tarde, tudo que mantém esse ser aqui firme é um copo de iogurte de morango.


Esta é a última segunda-feira útil do mês de março dessa amiga que lhes conta esse causo.